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INTRODUÇÃO

A entrada no mercado do processamento conhecido como “longa vida” no setor de laticínios nacional na década de 70 trouxe uma série de mudanças estruturais para a toda a cadeia agroindustrial do leite. A principal dessas mudanças foi uma nítida alteração no padrão de consumo, através da inversão da preferência do consumidor, que passou a utilizar o leite longa vida (UHT) em substituição ao leite pasteurizado (1).

Neste seminário, apresentaremos dados sobre produção e consumo, assim como as principais inovações verificadas no setor.

PRODUÇÃO E CONSUMO

Até a década de 1960, o consumo de leite era extremamente regional pois o leite ainda era engarrafado em garrafas de vidro e as empresas conseguiam distribuir o produto num raio máximo de 100 km ao redor da sua sede.

A partir da década de 1970, entra em cena o uso de embalagens plásticas descartáveis e sistemas aperfeiçoados de transporte refrigerado que permitiram a ampliação da distribuição em mercados inseridos em até 300/400 km das sedes das empresas.

Com o processamento longa vida, uma empresa passou a ter condições sanitárias, técnicas e operacionais de atender mercados a milhares de quilômetros de distância da sua sede (3)

Em função dos novos atributos foram criados valores adicionais aos revendedores e consumidores, tais como aumento da vida útil, estocagem residencial, redução dos gastos com reposição, redução dos custos com eliminação de estruturas de refrigeração (transporte, armazenamento e ponto-de-venda).

Tudo isso possibilitou a consolidação do mercado de leite longa vida a partir do momento que as grandes redes de supermercado posicionaram o leite como um dos seus produtos base na disputa pela concorrência.

O gráfico a seguir nos mostra a evolução desse consumo ao longo dos anos:

Vendas de Leite UHT e Fluido no Brasil


EFEITOS NA COMPOSIÇÀO DO LEITE

. Proteínas

A proteína do leite tem seu teor e composição alterados por aumento de contagem de células somáticas. O leite com alta contagem de células somáticas apresenta um maior teor de proteína total e de soroproteínas, apesar de apresentar menores teores de caseína.

O aumento de proteína total e de soroproteínas acontece devido à

Fonte: EMBRAPA (Comércio Internacional de Lácteos) 2009 (2)

Segundo Laércio Barbosa, presidente da ABLV (Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida), “O setor tem presenciado um aumento de consumo médio do leite UHT em todo o País; o leite de consumo cresceu acima da média dos produtos lácteos em geral, beneficiado pelo aumento de renda da população, particularmente das classes mais baixas, que passaram a consumir um volume médio maior” (7).

No mercado internacional, o comércio de leite longa vida tem variado em torno de 13% do valor total de lácteos e tem se concentrado principalmente no continente europeu (2)

INOVAÇÃO

A inovação tecnológica constitui-se nos tempos atuais, de concorrência acirrada e demanda infinita dos consumidores, como a grande vantagem competitiva das empresas para se diferenciarem dos concorrentes, aumentarem sua participação de mercado e se perenizarem na preferência de seus consumidores.

A inovação pode se dar em várias frentes. Criando um produto único, desenvolvendo novas formas de relacionamento com os clientes, disponibilizando produtos e serviços demandados pelo mercado, criando condições logísticas favoráveis para comercialização de produtos e serviços, entre outros.

A inovação, quando trabalhada de forma a gerar riqueza, traz benefícios inequívocos para a empresa.

Além de se posicionar à frente da concorrência, a inovação traz outros benefícios, tais como criação de valor, aumento de rentabilidade, melhoria de posicionamento da empresa junto ao consumidor, motivação junto aos colaboradores da empresa, valorização da marca (4)

Observamos que a cadeia Produtiva do Agronegócio Leite tem desenvolvido crescentemente ações inovadoras (3), dentre as quais podemos citar:

Produtos que facilitem o cotidiano do consumidor (tampas abre-fácil, embalagens de 500 ml, alimentos prontos, entre outras) (6);

Produtos que beneficiem a saúde dos consumidores (produtos enriquecidos com vitaminas, minerais, colágeno, etc.; linhas de produtos específicos para gestantes, bebês, adolescentes e idosos; alimentos funcionais à base de leite, leite com lactose zero, entre outros);

Produtos que assegurem a qualidade ao consumidor (rastreabilidade) (6);

Produtos social e ambientalmente desenvolvidos (embalagens recicláveis, diminuição da emissão de efluentes e do consumo de energia) (6);

Sistemas eficientes de produção e gestão (automatização das plantas industriais, introdução de Sistemas Integrados de Gestão) (6).

CONCLUSÕES

Observamos que o mercado UHT tem se consolidado no Brasil e vem introduzindo inovações tecnológicas e nos hábitos de consumo.

As vantagens competitivas do país com relação à disponibilidade de áreas agriculturáveis, água, incidência solar, inexistência de intempéries, além de cadeia produtiva cada vez mais profissionalizada, dinâmica e inovadora, permitem concluir que o setor apresenta grande potencial de crescimento no mercado interno e externo.

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS:[]

REVILLION, Jean Philippe Palma. Análise dos Sistemas de Inovação das Cadeias de Leite Fluido na França e no Brasil. CEPAN/UFRGS. Porto Alegre. 2004.

SIQUEIRA, Kenya Beatriz; MENDES, Fernanda Santos; LEITE, José Luiz Bellini; CARVALHO, Glauco Rodrigues. O Comércio Internacional de Lácteos. EMBRAPA. 2009

MELLO, José André Villas Boas; Inovação, Tecnologia e Mudança Logística no Setor de Leite Fluidos. COPPE-UFRJ. 2005

PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústria e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

Pesquisa de Orçamentos Familiares. IBGE. 2008/2009.

Site www.tetrapak.com.br, consultado em 09 de outubro de 2012.

Site www.milkpoint.com.br, consultado em 02 de novembro de 2012.

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